A escolha da bailarina seguiu alguns critérios. Conforme havíamos prometido em 2012, dentre de todas as apresentações realizadas na mostra, escolheríamos 1 para participar do primeiro show de gala de 2013. A escolha seria feita com base no impacto e opinião do público, e o resultado uma bailarina que tem um estilo próprio, uma luz interior e uma dança de tirar qualquer mortal da cadeira.
E não poderia ter sido um resultado melhor pois esta mulher é um exemplo de superação, um verdadeiro exemplo de vida, um presente especial a todas as mulheres no mês das mulheres.
E para que vocês possam conhecer um pouco mais desta linda bailarina, que participou com um largo sorriso de todas as nossas mostras de 2012 e sempre nos incentivou, oferecemos esta deliciosa entrevista.
Com vocês: MILENI NURHAN
DO: Conte-nos um pouco sobre você, sua relação com a
dança oriental e como desenvolve o seu estilo que é uma das suas marcas na
dança.
Gosto de interagir, sou
pesquisadora, adoro criar... minha cabeça está a todo vapor sempre. Sou fã de
mudanças, transformações. Tive contato com a dança oriental pela 1ª vez, na
adolescência, através de vídeos de dançarinas egípcias, libanesas, os quais eu assistia
no Programa TV Show Brasil - Árabe, na época, apresentado por Fadua Chuffi (década de 90). Eu dançava na sala de casa
mesmo, tentando imitar Fifi Abdo,
Souheir Zaki, Najwa Fouad, entre outras e tinha meu caderno pra anotar as aulas
de língua árabe, já que no próprio programa, ensinavam-na. Na época não havia
tantas possibilidades de mercado pra dança, então decidi começar a trabalhar na
área administrativa para ajudar em casa e cursar uma universidade, com a grana
curta, a dança foi ficando cada vez mais pra 2º. Plano.
Meu resgate das danças árabes (e
de minha alma, logo mais explico, o porquê) aconteceu mais ou menos 10 anos
depois. Tive aulas com Simone Bomentre (irmã de Gisele Bomentre), Luciana
Lambert, Monica Nassif, Angélica Rovida, também ingressei no Curso de Árabe no
Centro Árabe-Sírio de SP. Logo depois cursei Técnico em Danças da Escola Shiva
Nataraj, tive aula de DV com Kelly Obara, e também oportunidade de cursar
várias outras danças como Danças Brasileiras, Jazz, Contemporâneo, Dança
Cigana, Ballet Clássico, Flamenco, Dança de Salão, bem como aulas avulsas, nas
quais aprendi a tocar derbake e daff, além de participar de workshops nacionais
e internacionais, eu sempre invisto muito em tudo que faço.
Findei meus estudos e decidi
começar a programar minhas viagens para o Marrocos e Egito, pois ainda tinha
muitas dúvidas e anseios para com as danças árabes, sobre esta experiência
falarei mais a frente.
Mas pra finalizar, meu estilo de
dança, não só nas danças árabes, como nas outras danças também, é a
entrega. Primeiro me apaixono, depois
estudo incansavelmente e então mergulho a fundo no universo que me atraiu até
essa arte. Danço com toda energia que trago (quem me conhece sabe que tenho
bastante...rs) e quero que todos sintam-na e manifestem a sensação de ouvir
aquela música e ver a minha dança, quero que o público viaje comigo para o
mundo maravilhoso da arte e da partilha de sentimentos e sensações
DO: É
perceptível no seu estilo a ligação forte que você tem com a dança mais
tradicional e folclórica. Como você concilia ministrar aulas numa grande
academia de ginástica sem perder este foco da dança?
DO: Você participou de todas as edições do “Danças
do Oriente” em 2012. Conte-nos o porque desta escolha
MN: Quando li sobre o projeto aqui no blog, logo
me encantei, pois acompanho e admiro muitíssimo seu trabalho como um todo e seu
bom gosto cultural. Além disso, quando soube que seria no Café Aman achei
ótimo, já que o local é super aconchegante e me remete aos lindos sítios
orientais.
Decidi seguir
investindo e participando do projeto, pois desde a 1ª vez me senti à vontade,
bem recebida por você e pela ótima equipe de amigas (mulheres dançantes de DV),
me senti valorizada. Isto é muito importante até para meu desempenho no momento
do show. Sem contar a sua grande atenção em se disponibilizar em dar feedback
para a profissional que queira e ainda ter a humildade de elogiar, até
publicamente, um bom trabalho. Demonstra muita maturidade, profissionalismo e
parceria, o que, infelizmente, é raro encontrar.
DO: Qual
foi o momento mais marcante que estas noites te proporcionaram? Houve retorno
para o seu trabalho com a dança?
MN: Bom, pra mim todas as minhas 4
apresentações foram emocionantes (porque AMO de Paixão...rs) e compartilhar com
as amigas-mulheres dançantes, tanto das mostras como do Show de Gala, foi
sensacional. Mas se for para escolher um dos momentos, este foi o show da edição
de outubro, minha penúltima mostra, na qual dancei um Said bem RSO (raqs sharqi
orgânico...rs), com pandeiro e bengala. Eu AMO folclore, e com casa lotada como
sempre, mas estavam presentes pessoas muito queridas que foram extremamente
carinhosas comigo. Cito a Sarah Savda que levou sua linda e calorosa caravana
de Mulheres Dançantes vindas de Indaiatuba, as belas prestigiaram minha dança,
me saudaram ao final do show e depois tive a grande honra de ser convidada pela
Sarah, para um solo no Espetáculo de suas alunas ano passado. Também tive a
oportunidade de receber o carinho da querida Shirley Farah, professora da
escola Al Qamar, de Hanna Hadara , para a qual tive o prazer de ministrar
algumas aulas de Said depois que nos conhecemos no Danças do Oriente. Todas
elas minhas amigas agora, e se elas têm admiração pelo meu trabalho, sou muito
feliz, pois é mutuo o sentimento!
DO: Sabemos
que você está sempre reciclando sua dança em viagens ao oriente. Compartilhe um
pouco desta experiência conosco.
MN: Para mim, são muito
importantes essas experiências in loco, pois gosto do contato com as pessoas,
com a cultura e os costumes, isto enriquece muito minha dança, a interpretação gestual,
posturas, execução dos movimentos, etc. É muito importante esta imersão, pois nesse
ínterim tive momentos surpreendentemente maravilhosos e outros de completa
decepção. Isto nos faz amadurecer e pude constatar que amo mesmo a arte da
dança num todo e mais, especificamente, as danças árabes independente de
preconceito, estereótipos, encantamentos e desilusões. Em 2011 estive no Marrocos, onde permaneci por
quase um mês, fui sozinha, pesquisando itinerários e como fazer para visitar e
conhecer Rabat (capital política, não soube de lugares com dança lá, é onde
vive o Rei, portanto creio que seja muito mais restrito), Marrakech (capital
cultural, lá vi mais dança, até nas praças era mais comum, claro que dança
folclórica) e Casablanca (capital comercial, lá se vê dança mais em hotéis).
Senti Marrocos mais “fechado”, um pouco mais hostil, procurei ficar a maior
parte do tempo com hijab e agindo de maneira bem discreta.
Ano passado, estive no Egito e
lá interagi muito mais, graças à companhia das amigas Hayat El Helwa e
Semiramis Lins, que me trataram muito bem, me indicaram e me acompanharam em
visitas e passeios diversos, uma longa história! Inesquecível! Sou grata a esta
oportunidade. Quanto à dança, no Egito, pude constatar que são “diferentes”, a
dança oriental de Cabarets, é diferente da de Festivais, que é diferente da
dança dos Navios de luxo atracados no Nilo e por aí vai, pra cada público uma
maneira de agradar.
Mas depois que voltei de minhas viagens, eu
pude ficar mais tranqüila a respeito de minha dança, e de meu estilo de
interpretar a música árabe oriental, pois é muito mais sensibilidade, leitura
musical, sentimento, alma do que se ater a técnicas de maneira exagerada.
Também pude constatar que criamos muitas normas, nomes, e estruturas de “como
se deve dançar tal música, ou tal estilo”, como se deve entrar, desenvolver e
finalizar uma dança e lá não é tão restrito, tão normativo, a não ser em
concursos, nos quais se atende a uma postura normativa, exigência maior dos
ocidentais que “dominam” o mercado.
DO: Deixe uma mensagem que você julgue importante
nos dias atuais para as bailarinas de danças orientais do Brasil.
MN:Nossa, que responsabilidade, rs! Bom, vou dizer o que digo a mim mesma, às
minhas alunas, às minhas amigas... Somos Únicas! Não há como ficar seguindo
receitas, copiando mestras, seguir à risca o que tal poderoso/a disse, porque
“com certeza vai dar certo”, seguir estereótipos e modelos de bailarinas “top
models” sem limite, sem saber o seu limite, pois as frustrações serão muitas.Cultivem
a dança como processo de autoconhecimento, de cura, de união entre mulheres, de
comunhão, expressão da arte suprema, que é viver! Ai vale a pena, ai virá uma
força, uma alegria, uma sensibilidade que fará com que sua alma comova quem
prestigia, que fará com que haja uma conexão como público e até com quem
assistirá pela gravação depois.
Procure
ser “real”, estar realmente ali dançando, se doando, mergulhada na música e nas
sensações. É um momento único, no qual sua alma se banhará e se alegrará com o
que ouve o que vê.
Quando
ouço a música, ela percorre meu corpo e ele começa a mover-se, então eu olho
para o público e já estão de olhos fixos em mim, através do olhar sabemos que
queremos ser felizes, dou um sorriso que “diz” me acompanhe e vamos
compartilhar e celebrar este momento único...
E,
como sempre digo, O Céu é o limite, porque somos Luz infinita
REVELAÇÃO:
Então, Cris, como eu te disse, eu vou fazer uma revelação do meu antes e depois
da dança. Acredito que muitas não conhecem minhas fases. A dança me
transformou, trouxe a cura!
Passei
por realizações e desilusões, mas sou mais forte, feliz e vivo melhor hoje.
Só
pra ressaltar, que consegui eliminar 33 kilos e sair de uma espécie de
depressão, sem qualquer tipo de cirurgia, medicamento ou regimes de restrição.
A dança me despertou para uma maior consciência de minhas necessidades e então
fui buscar mais apoio na meditação e na reeducação alimentar. Seguem as fotos
de antes e depois.
ANTES DA DANÇA
DEPOIS DA DANÇA NA VIDA
Assistam um pouquinho de Mileni Nurhan, no "DANÇAS DO ORIENTE" edição de Outubro de 2012.
Não deixem de prestigiar esta verdadeira estrela!!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNOSSA! Meu Pai do Céu! Que Lindo minha amiga!
ResponderExcluirGratidão Eterna pelo convite e pelo MARAVILHOSO trabalho!
Gratíssima pela apresentação que fez de minha pessoa e pelas palavras!
Mais uma vez lhe digo que é admirável sua sensibilidade, humildade e parceria :-)
Adorei o presente do Mês das Mulheres!
Desejo Luz e Prosperidade hoje e sempre em todos os seus caminhos e de todos os envolvidos no projeto Danças do Oriente!
FELIZ SOU :-*
ResponderExcluir
Linda entrevista, linda Mileni e Amo sua Dança!!! Beijos de Luz para Você!!! Obrigada por ser quem você é e por fazer o que veio fazer!!!
ResponderExcluirOi Cynthia!
ExcluirGratidão pelas lindas palavras, amiga!
MARAVILHOSO!
Eu sou Feliz por ser quem sou e Amo o que faço! Por isto sou grata eternamente a meu criador e a minha criadora, Pai e Mãe deste Universo!
Luz Infinita em todos teus caminhos, querida :-*
até breve
Muito legal mesmo, parabéns a Mileni e a Cris pela bela oportunidade que dá aos profissionais
ResponderExcluirOi Renata!
ExcluirGratíssima!
Realmente, é preciso mais ações profissionais como esta.
Muita Luz e Prosperidade sempre Renata :-)
Até breve :-*
Nossa, experiência linda transmitida pela Mileni! Ela nos trouxe palavras tão fortalecedoras quanto sua dança. Sem dúvida, uma mulher com uma missão linda, que está cumprindo com muito amor e carinho. Que bom conhecer Mileni! Seja sempre esta pessoa humilde e encantadora.
ResponderExcluirOiiiiii Flávia!
ExcluirVc sempre falando coisas lindas!
Gratidão sempre pelo carinho e incentivo!
Todos os dias peço aos Céus "Humildade, Equilíbrio e Unção" pra seguir e continuarei reforçando este pensamento em minhas atitudes :-)
Luz e Prosperidade em todos os teus caminhos hoje e sempre minha amiga Flá!
Sem palavras, você é um ser de Luz querida Mileni. Deus seja sempre contigo!
ResponderExcluirOi Aninhaaaaa! Queridona!!!
ExcluirGratidão pelo seu carinho e apoio, amiga!
Muita Luz e Prosperidade sempre em todos os teus caminhos, linda mulher dançante :-* Bjos infinitos! Deus conosco S2