domingo, 17 de fevereiro de 2013

Participação Especial

Neste mês de março, no dia 10, teremos a primeira edição de 2013 do "DANÇAS DO ORIENTE". E para comemorar este mês tão especial, o mês da mulher e das transformações, convidamos uma bailarina muito especial para integrar no show de gala.

A escolha da bailarina seguiu alguns critérios. Conforme havíamos prometido em 2012, dentre de todas as apresentações realizadas na mostra, escolheríamos 1 para participar do primeiro show de gala de 2013. A escolha seria feita com base no impacto e opinião do público, e o resultado uma bailarina que tem um estilo próprio, uma luz interior e uma dança de tirar qualquer mortal da cadeira.

E não poderia ter sido um resultado melhor pois esta mulher é um exemplo de superação, um verdadeiro exemplo de vida, um presente especial a todas as mulheres no mês das mulheres.

E para que vocês possam conhecer um pouco mais desta linda bailarina, que participou com um largo sorriso de todas as nossas mostras de 2012 e sempre nos incentivou, oferecemos esta deliciosa entrevista.

Com vocês: MILENI NURHAN



DO: Conte-nos um pouco sobre você, sua relação com a dança oriental e como desenvolve o seu estilo que é uma das suas marcas na dança.

 MN: Olá pessoas lindas! Vixi...rs... vou resumir, porque “senta que lá vem história”, ainda mais porque adoro conversar...rs. Bom, atualmente, sou dançarina, professora, coreógrafa de Danças (árabe, espanhola, brasileira, etc). Sou formada em Administração (trabalhei 5 anos na área), depois me formei em Letras Português/Espanhol  (atuei 10 anos na área) e há quase 2 anos Tecnóloga em Dança com DRT 0035591 (porém já lidava com dança e recreação há mais ou menos 7 anos).
Gosto de interagir, sou pesquisadora, adoro criar... minha cabeça está a todo vapor sempre. Sou fã de mudanças, transformações. Tive contato com a dança oriental pela 1ª vez, na adolescência, através de vídeos de dançarinas egípcias, libanesas, os quais eu assistia no Programa TV Show Brasil - Árabe, na época, apresentado por Fadua Chuffi  (década de 90). Eu dançava na sala de casa mesmo,  tentando imitar Fifi Abdo, Souheir Zaki, Najwa Fouad, entre outras e tinha meu caderno pra anotar as aulas de língua árabe, já que no próprio programa, ensinavam-na. Na época não havia tantas possibilidades de mercado pra dança, então decidi começar a trabalhar na área administrativa para ajudar em casa e cursar uma universidade, com a grana curta, a dança foi ficando cada vez mais pra 2º. Plano.  
Meu resgate das danças árabes (e de minha alma, logo mais explico, o porquê) aconteceu mais ou menos 10 anos depois. Tive aulas com Simone Bomentre (irmã de Gisele Bomentre), Luciana Lambert, Monica Nassif, Angélica Rovida, também ingressei no Curso de Árabe no Centro Árabe-Sírio de SP. Logo depois cursei Técnico em Danças da Escola Shiva Nataraj, tive aula de DV com Kelly Obara, e também oportunidade de cursar várias outras danças como Danças Brasileiras, Jazz, Contemporâneo, Dança Cigana, Ballet Clássico, Flamenco, Dança de Salão, bem como aulas avulsas, nas quais aprendi a tocar derbake e daff, além de participar de workshops nacionais e internacionais, eu sempre invisto muito em tudo que faço.
Findei meus estudos e decidi começar a programar minhas viagens para o Marrocos e Egito, pois ainda tinha muitas dúvidas e anseios para com as danças árabes, sobre esta experiência falarei mais a frente. 
Mas pra finalizar, meu estilo de dança, não só nas danças árabes, como nas outras danças também, é a entrega.  Primeiro me apaixono, depois estudo incansavelmente e então mergulho a fundo no universo que me atraiu até essa arte. Danço com toda energia que trago (quem me conhece sabe que tenho bastante...rs) e quero que todos sintam-na e manifestem a sensação de ouvir aquela música e ver a minha dança, quero que o público viaje comigo para o mundo maravilhoso da arte e da partilha de sentimentos e sensações



DO:  É perceptível no seu estilo a ligação forte que você tem com a dança mais tradicional e folclórica. Como você concilia ministrar aulas numa grande academia de ginástica sem perder este foco da dança?
 MN: Realmente, a dinâmica de uma Academia de Ginástica é diferente de uma Academia de Dança, em sua especificidade.  Na maioria das vezes, esse público está focado mais na perda calórica, no lúdico e na sociabilização. Eu tenho de dar uma aula mais dinâmica, então são breves os momentos que paro. Mas faço questão de alertá-las da importância da postura, da estrutura do movimento e direcioná-las para uma maior consciência corporal. O estilo folclórico é, realmente, o que eu mais gosto, e este estilo é mais alegre, as músicas são contagiantes, como dizem minhas alunas, parece que nos transportamos pra lá. Logo que ingressei na Academia, comecei a “educar” minhas alunas a pesquisarem, através de e-mails periódicos que enviava para cada uma, e faço isto até hoje. Nesses e-mails seguem pesquisas, artigos, músicas (algumas até com tradução, ou legenda em inglês) e vídeos de dançarinas árabes. Muitas, através desta motivação, passaram a procurar mais informações e comentá-las em sala. Também já às levei para workshops de dança e música fora do ambiente da academia. Acredito que todo esse incentivo, desperta o interesse em se aprofundar na cultura, indo além das metas de calorias a serem eliminadas.



DO:  Você participou de todas as edições do “Danças do Oriente” em 2012. Conte-nos o porque desta escolha
MN: Quando li sobre o projeto aqui no blog, logo me encantei, pois acompanho e admiro muitíssimo seu trabalho como um todo e seu bom gosto cultural. Além disso, quando soube que seria no Café Aman achei ótimo, já que o local é super aconchegante e me remete aos lindos sítios orientais.
Decidi seguir investindo e participando do projeto, pois desde a 1ª vez me senti à vontade, bem recebida por você e pela ótima equipe de amigas (mulheres dançantes de DV), me senti valorizada. Isto é muito importante até para meu desempenho no momento do show. Sem contar a sua grande atenção em se disponibilizar em dar feedback para a profissional que queira e ainda ter a humildade de elogiar, até publicamente, um bom trabalho. Demonstra muita maturidade, profissionalismo e parceria, o que, infelizmente, é raro encontrar.


DO:  Qual foi o momento mais marcante que estas noites te proporcionaram? Houve retorno para o seu trabalho com a dança?
MN: Bom, pra mim todas as minhas 4 apresentações foram emocionantes (porque AMO de Paixão...rs) e compartilhar com as amigas-mulheres dançantes, tanto das mostras como do Show de Gala, foi sensacional. Mas se for para escolher um dos momentos, este foi o show da edição de outubro, minha penúltima mostra, na qual dancei um Said bem RSO (raqs sharqi orgânico...rs), com pandeiro e bengala. Eu AMO folclore, e com casa lotada como sempre, mas estavam presentes pessoas muito queridas que foram extremamente carinhosas comigo. Cito a Sarah Savda que levou sua linda e calorosa caravana de Mulheres Dançantes vindas de Indaiatuba, as belas prestigiaram minha dança, me saudaram ao final do show e depois tive a grande honra de ser convidada pela Sarah, para um solo no Espetáculo de suas alunas ano passado. Também tive a oportunidade de receber o carinho da querida Shirley Farah, professora da escola Al Qamar, de Hanna Hadara , para a qual tive o prazer de ministrar algumas aulas de Said depois que nos conhecemos no Danças do Oriente. Todas elas minhas amigas agora, e se elas têm admiração pelo meu trabalho, sou muito feliz, pois é mutuo o sentimento! 


DO: Sabemos que você está sempre reciclando sua dança em viagens ao oriente. Compartilhe um pouco desta experiência conosco.
MN: Para mim, são muito importantes essas experiências in loco, pois gosto do contato com as pessoas, com a cultura e os costumes, isto enriquece muito minha dança, a interpretação gestual, posturas, execução dos movimentos, etc. É muito importante esta imersão, pois nesse ínterim tive momentos surpreendentemente maravilhosos e outros de completa decepção. Isto nos faz amadurecer e pude constatar que amo mesmo a arte da dança num todo e mais, especificamente, as danças árabes independente de preconceito, estereótipos, encantamentos e desilusões.  Em 2011 estive no Marrocos, onde permaneci por quase um mês, fui sozinha, pesquisando itinerários e como fazer para visitar e conhecer Rabat (capital política, não soube de lugares com dança lá, é onde vive o Rei, portanto creio que seja muito mais restrito), Marrakech (capital cultural, lá vi mais dança, até nas praças era mais comum, claro que dança folclórica) e Casablanca (capital comercial, lá se vê dança mais em hotéis). Senti Marrocos mais “fechado”, um pouco mais hostil, procurei ficar a maior parte do tempo com hijab e agindo de maneira bem discreta.
Ano passado, estive no Egito e lá interagi muito mais, graças à companhia das amigas Hayat El Helwa e Semiramis Lins, que me trataram muito bem, me indicaram e me acompanharam em visitas e passeios diversos, uma longa história! Inesquecível! Sou grata a esta oportunidade. Quanto à dança, no Egito, pude constatar que são “diferentes”, a dança oriental de Cabarets, é diferente da de Festivais, que é diferente da dança dos Navios de luxo atracados no Nilo e por aí vai, pra cada público uma maneira de agradar.
 Mas depois que voltei de minhas viagens, eu pude ficar mais tranqüila a respeito de minha dança, e de meu estilo de interpretar a música árabe oriental, pois é muito mais sensibilidade, leitura musical, sentimento, alma do que se ater a técnicas de maneira exagerada. Também pude constatar que criamos muitas normas, nomes, e estruturas de “como se deve dançar tal música, ou tal estilo”, como se deve entrar, desenvolver e finalizar uma dança e lá não é tão restrito, tão normativo, a não ser em concursos, nos quais se atende a uma postura normativa, exigência maior dos ocidentais que “dominam” o mercado.


DO:  Deixe uma mensagem que você julgue importante nos dias atuais para as bailarinas de danças orientais do Brasil.
MN:Nossa, que responsabilidade, rs! Bom, vou dizer o que digo a mim mesma, às minhas alunas, às minhas amigas... Somos Únicas! Não há como ficar seguindo receitas, copiando mestras, seguir à risca o que tal poderoso/a disse, porque “com certeza vai dar certo”, seguir estereótipos e modelos de bailarinas “top models” sem limite, sem saber o seu limite, pois as frustrações serão muitas.Cultivem a dança como processo de autoconhecimento, de cura, de união entre mulheres, de comunhão, expressão da arte suprema, que é viver! Ai vale a pena, ai virá uma força, uma alegria, uma sensibilidade que fará com que sua alma comova quem prestigia, que fará com que haja uma conexão como público e até com quem assistirá pela gravação depois.
Procure ser “real”, estar realmente ali dançando, se doando, mergulhada na música e nas sensações. É um momento único, no qual sua alma se banhará e se alegrará com o que ouve o que vê.
Quando ouço a música, ela percorre meu corpo e ele começa a mover-se, então eu olho para o público e já estão de olhos fixos em mim, através do olhar sabemos que queremos ser felizes, dou um sorriso que “diz” me acompanhe e vamos compartilhar e celebrar este momento único...
E, como sempre digo, O Céu é o limite, porque somos Luz infinita

REVELAÇÃO: Então, Cris, como eu te disse, eu vou fazer uma revelação do meu antes e depois da dança. Acredito que muitas não conhecem minhas fases. A dança me transformou, trouxe a cura!
Passei por realizações e desilusões, mas sou mais forte, feliz e vivo melhor hoje.
Só pra ressaltar, que consegui eliminar 33 kilos e sair de uma espécie de depressão, sem qualquer tipo de cirurgia, medicamento ou regimes de restrição. A dança me despertou para uma maior consciência de minhas necessidades e então fui buscar mais apoio na meditação e na reeducação alimentar. Seguem as fotos de antes e depois.  

ANTES DA DANÇA




DEPOIS DA DANÇA NA VIDA




Assistam um pouquinho de Mileni Nurhan, no "DANÇAS DO ORIENTE" edição de Outubro de 2012.




Não deixem de prestigiar esta verdadeira estrela!!!!
Dia 10/03, no "DANÇAS DO ORIENTE"


10 comentários:

  1. NOSSA! Meu Pai do Céu! Que Lindo minha amiga!
    Gratidão Eterna pelo convite e pelo MARAVILHOSO trabalho!
    Gratíssima pela apresentação que fez de minha pessoa e pelas palavras!
    Mais uma vez lhe digo que é admirável sua sensibilidade, humildade e parceria :-)
    Adorei o presente do Mês das Mulheres!
    Desejo Luz e Prosperidade hoje e sempre em todos os seus caminhos e de todos os envolvidos no projeto Danças do Oriente!
    FELIZ SOU :-*

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  2. Linda entrevista, linda Mileni e Amo sua Dança!!! Beijos de Luz para Você!!! Obrigada por ser quem você é e por fazer o que veio fazer!!!

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    1. Oi Cynthia!
      Gratidão pelas lindas palavras, amiga!
      MARAVILHOSO!
      Eu sou Feliz por ser quem sou e Amo o que faço! Por isto sou grata eternamente a meu criador e a minha criadora, Pai e Mãe deste Universo!
      Luz Infinita em todos teus caminhos, querida :-*
      até breve

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  3. Muito legal mesmo, parabéns a Mileni e a Cris pela bela oportunidade que dá aos profissionais

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    1. Oi Renata!
      Gratíssima!
      Realmente, é preciso mais ações profissionais como esta.
      Muita Luz e Prosperidade sempre Renata :-)
      Até breve :-*

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  4. Nossa, experiência linda transmitida pela Mileni! Ela nos trouxe palavras tão fortalecedoras quanto sua dança. Sem dúvida, uma mulher com uma missão linda, que está cumprindo com muito amor e carinho. Que bom conhecer Mileni! Seja sempre esta pessoa humilde e encantadora.

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    1. Oiiiiii Flávia!
      Vc sempre falando coisas lindas!
      Gratidão sempre pelo carinho e incentivo!
      Todos os dias peço aos Céus "Humildade, Equilíbrio e Unção" pra seguir e continuarei reforçando este pensamento em minhas atitudes :-)
      Luz e Prosperidade em todos os teus caminhos hoje e sempre minha amiga Flá!

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  5. Sem palavras, você é um ser de Luz querida Mileni. Deus seja sempre contigo!

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    1. Oi Aninhaaaaa! Queridona!!!
      Gratidão pelo seu carinho e apoio, amiga!
      Muita Luz e Prosperidade sempre em todos os teus caminhos, linda mulher dançante :-* Bjos infinitos! Deus conosco S2

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